Ao contrário das estatinas, que tem efeitos colaterais severos, o uso de micronutrientes pode reverter a aterosclerose.
A indústria farmacêutica nos fez acreditar com sucesso que o colesterol é uma substância indesejável e prejudicial ao corpo e quanto menor for o colesterol, melhor será a nossa saúde. As estatinas, medicamentos para baixar o colesterol, são as drogas mais prescritas em todo o mundo sob a alegação de oferecer vários benefícios para a saúde cardiovascular.
Pelo menos 200 milhões de pessoas em todo o mundo tomam lovastatina, atorvastatina, sinvastatina e outras estatinas que são vendidas sob diferentes marcas. No entanto, apesar das prescrições cada vez maiores de estatinas, as doenças cardiovasculares estão aumentando e continuam a ser a principal causa de morte no mundo.
As estatinas são conhecidas por causar sérios efeitos colaterais que, na maioria das vezes, são omitidos. Estes incluem danos musculares irreversíveis, problemas renais, desenvolvimento de diabetes tipo 2, demência, insuficiência cardíaca e câncer. Um dos efeitos colaterais mais graves das estatinas é o aumento do depósito de cálcio nas paredes dos vasos sanguíneos, uma indicação de aterosclerose avançada e risco de ataque cardíaco. Durante o processo de formação da aterosclerose, o corpo mobiliza diferentes mecanismos para tentar aumentar a força e a integridade das paredes arteriais que estão enfraquecidas pela deficiência crônica, a longo prazo, de vários micronutrientes, entre eles a vitamina C. Isso ocorre principalmente por conta do baixo valor nutricional dos alimentos modernos e a consequente má produção de colágeno pelo organismo. Sem vitamina C e sem colágeno em níveis ideais o corpo não consegue realizar o reparo biológico natural das paredes arteriais, sendo forçado a permitir que grandes moléculas biológicas Lp(a) e LDL se infiltrem nas lacunas endoteliais vasculares, para selar as fissuras geradas pelo enfraquecimento das artérias. * Por causa dessa tentativa de reparo forçado ocasionado pela ausência de micronutrientes, ocorre o espessamento das paredes e a formação de placas ateroscleróticas como medida extrema para reparar áreas danificadas nas paredes arteriais (saiba mais sobre o papel do colesterol nas artérias acessando esse link: Por que o colesterol não é a causa primária das doenças cardíacas?)
A deposição de cálcio nas artérias coronárias é um importante marcador clínico para aterosclerose. Uma placa aterosclerótica é composta de colesterol, cálcio, moléculas lipídicas e células. Esse processo requer a transformação das células dos vasos sanguíneos em células osteogênicas, que são as precursoras das células formadoras de ossos.
Em um estudo publicado pelo Instituto de Pesquisa Dr. Rath, os pesquisadores mostraram que a vitamina C usada isoladamente pode reduzir o acúmulo de cálcio e bloquear a transformação osteogênica das células em 20%**.
O estudo confirmou que a deposição de cálcio aumenta na presença de estatinas. Nossos resultados também mostraram que a suplementação com vitamina C foi eficaz na redução da fosfatase alcalina (ALP) em 80%. A ALP é um importante marcador metabólico do processo de calcificação. A ALP é uma enzima produzida pelas células hepáticas e ósseas, em níveis elevados é associada ao aumento da calcificação, levando a um risco maior de ataques cardíacos.
As estatinas podem parar a produção de colesterol mecanicamente, mas são ineficazes na redução de eventos cardiovasculares fatais. Ainda assim, cerca de 71 milhões de adultos e 35% das crianças americanas recebem estatinas por prescrição. Nosso estudo mostra que a vitamina C é o micronutriente chave para a inibição da calcificação coronariana, com potencial para atenuar os efeitos pró-calcificação das estatinas.
Referências
* NT: Ver artigo completo sobre colesterol em: Por que o colesterol não é a causa primária das doenças cardíacas?
** V. Ivanov et al., Am J Cardiovasc Dis 2020;10(2):108-116
Artigo original publicado em: https://drrathresearch.org/latest-news/item/142-vitamin-c-inhibits-calcification-in-the-artery-walls
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