Antioxidantes como as vitaminas C e E, e os carotenoides de vegetais e frutas têm efeitos protetores que reduzem a chance de queimaduras solares.
Proteção da pele contra danos causados pelo sol (parte 1)
Com a chegada do verão as pessoas se conscientizam sobre a exposição ao sol, os cânceres de pele e o uso de protetores. Em todo o mundo, um em cada três cânceres diagnosticados é classificado como câncer de pele. O carcinoma basocelular, o carcinoma espinocelular e o melanoma são as formas mais comuns de câncer de pele, sendo o melanoma maligno a forma mais grave.
De acordo com a American Cancer Society, estima-se que 161.790 novos casos de melanoma foram diagnosticados nos EUA em 2017. Homens com mais de 50 anos e mulheres com menos de 50 anos tem um risco maior de desenvolver melanoma. De fato, o melanoma é a segunda forma mais comum de câncer em mulheres entre 15 e 29 anos. O custo anual para o tratamento do melanoma cresceu mais rapidamente do que os custos anuais do tratamento para todos os outros cânceres juntos.
Apesar das recomendações contínuas para aplicação frequente de protetor solar de amplo espectro (bloqueadores de raios UVA e UVB), as taxas de melanoma nos Estados Unidos dobraram entre 1982 e 2012. É interessante notar que ao mesmo tempo em que as taxas de melanoma dobraram nos EUA, as vendas de protetores solares aumentaram 38 vezes, de US$ 18 milhões para US$ 686 milhões.
Embora seja verdade que 95% dos melanomas malignos sejam causados por danos excessivos do sol, a aplicação de protetores solares feitos com produtos químicos pode não ser a opção mais segura para a prevenção do câncer de pele. As pessoas tendem a pensar que uma contagem mais alta de fator de proteção solar (FPS) fornece melhor proteção. No entanto, os protetores solares geralmente contêm ingredientes químicos como compostos de octinoxato, oxibenzona, octocrileno ou parabeno, todos com ação de interrupção hormonal, produzindo radicais livres que levam a danos celulares, doenças sistêmicas e de pele, incluindo câncer. Os sprays de proteção solar têm o perigo adicional de serem inalados.
Além disso, a maioria dos protetores solares bloqueiam quase completamente os raios UVB, que são essenciais para a produção interna de vitamina D no corpo, conhecida como a “vitamina do sol”. A exposição solar adequada é a melhor fonte de produção de vitamina D.
A vitamina D regula o metabolismo do cálcio e do fósforo, o crescimento e desenvolvimento de ossos e dentes e mantém a função imunológica normalizada. Estudos recentes também provam que a vitamina D é importante na prevenção de diferentes tipos de câncer, incluindo câncer de mama. No entanto, mais de 50% da população mundial é deficiente em vitamina D devido à redução da exposição solar, e isso se tornou um problema de saúde pública na prevenção de doenças crônicas.
A pele é o maior órgão vivo do corpo e absorve tudo o que entra em contato com ela. Por isso, é importante optar por um protetor solar o mais natural possível. Na parte 2 desse artigo sobre ciência da saúde, vamos falar sobre maneiras de assegurar uma pele saudável de dentro para fora, evitando danos causados pelos radicais livres nas células, protegendo o corpo de outras doenças crônicas sem privá-lo de nutrientes essenciais como a vitamina D.
Proteção da pele contra danos causados pelo sol (parte 2)
Como vimos anteriormente, o fator de risco mais comum de câncer de pele tipo "não melanoma" é a exposição excessiva à luz solar. No entanto, é importante notar que os cânceres de pele "não melanoma" (carcinomas basocelulares e espinocelulares) não são tão perigosos quanto o melanoma, que também pode ocorrer em áreas da pele não expostas ao sol.
A exposição ao sol pode causar danos por radicais livres nas células da pele levando ao comprometimento do DNA e ao envelhecimento, podendo eventualmente causar câncer de pele. No entanto, esse não é o único fator de risco.
A proteção usando um filtro solar de amplo espectro é o método de prevenção comumente recomendado contra o câncer de pele. No entanto, a maioria dos protetores solares contém produtos químicos perigosos que podem fazer mal à saúde. Além disso, a aplicação de protetores solares de amplo espectro bloqueia os raios UVA e UVB reduzindo a produção de vitamina D no organismo.
A vitamina D é necessária para o crescimento ósseo saudável em crianças, mas sua deficiência é um dos principais fatores que contribuem para doenças como osteoporose e osteomalácia (doença óssea dolorosa) em adultos. A deficiência de vitamina D também pode levar ao aumento do risco de desenvolver câncer de cólon, mama e próstata, doenças cardiovasculares e doenças autoimunes como esclerose múltipla, artrite reumatoide e diabetes. Além da síntese de vitamina D, a exposição à luz solar também regula a produção de cortisol no corpo ajudando a controlar os níveis de estresse, além de atuar como estimulante do humor, colaborando com a prevenção da depressão e outros transtornos mentais.
Portanto, embora seja fundamental aproveitar o sol, também é importante proteger-se dos efeitos nocivos advindos da exposição excessiva. Evitar as horas de pico do sol, bem como usar roupas de proteção, chapéus e óculos de sol são as maneiras mais fáceis de se proteger dos raios solares fortes. A aplicação de protetor solar feito com ingredientes naturais também é uma alternativa saudável para a proteção da pele.
Muito importante também é saber que os micronutrientes da alimentação natural orgânica e agroecológica e da suplementação de alta qualidade fornecem proteção sem os efeitos colaterais dos produtos químicos.
Antioxidantes extremamente potentes como as vitaminas C e E, e os carotenoides obtidos de vegetais e frutas têm efeitos protetores que reduzem a chance de queimaduras solares. Esses micronutrientes atuam sinergicamente para ajudar a eliminar os radicais livres e proteger o corpo dos danos causados pelos raios ultravioleta do sol.
Os polifenóis obtidos do chá verde não apenas fornecem benefícios de proteção contra vários tipos de câncer como também oferecem efeitos protetores contra o sol, reduzindo as chances de queimaduras solares. O licopeno obtido de tomates cozidos oferece maior proteção do que o licopeno de tomates crus.
O licopeno também está presente na melancia, goiaba e damasco. Os polifenóis vegetais, como o resveratrol das uvas, oferecem proteção contra os danos causados pelos raios UV e também possuem ações anticancerígenas e cardioprotetoras substanciais. Da mesma forma, os sulforafanos obtidos de couve-flor e repolho, as antocianinas de frutas vermelhas e astaxantina do salmão e do camarão oferecem efeitos comprovados de proteção contra o os danos dos raios ultravioletas.
Os ácidos graxos ômega-3 comprovadamente diminuem a suscetibilidade a danos celulares que podem levar ao câncer de melanoma. As propriedades antioxidantes dos flavonóides do chocolate amargo oferecem proteção interna à pele contra os efeitos nocivos do sol.
Quando consumidos por um longo período, esses micronutrientes são benéficos para a proteção contra os danos causados pelo sol, bem como para prevenção de várias doenças crônicas e a manutenção da saúde. Certamente é uma maneira melhor de proteger a pele e o organismo dos danos causados pelo sol do que utilizar produtos químicos presentes nos protetores solares comumente disponíveis.
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